domingo, 30 de março de 2008

“OS FILÓSOFOS OS TERAPEUTAS E A CURA”

considerações
O artigo “Os filósofos, os terapeutas e a cura”, cumpre a função de introdução do livro “Filósofos e terapeutas”, que é uma compilação de textos que abordam a reflexão de alguns filósofos sobre o mesmo tema, a saber: a cura e a terapia. O livro foi publicado pela editora Escuta em abril de 2007 e tem como organizador Daniel Omar Peres, também autor do referido artigo. Peres é licenciado em filosofia pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina), mestre e doutor em filosofia pela Unicamp. Realiza pesquisas em Kant, e filosofias moderna e contemporânea. O texto aborda como tema central a questão da filosofia como uma possibilidade de terapia, através das reflexões sobre o ser e o alto-conhecimento. Isso é abordado fazendo uma comparação entre filósofos gregos como Antístenes até os contemporâneos como Foucault, em cujo pensamento faz-se notar a presença da referida temática. Com isso o autor quer mostrar a possibilidade terapêutica do pensamento filosófico e as contribuições dos estudos antropológicos desenvolvidos por filósofos de “toda a história da filosofia”. Na apresentação dos argumentos, o autor reporta-se aos gregos como, iniciadores da terapia. A contemplação era a prática utilizada como meio para o alcance da ataraxia, estado em que a alma goza de plena paz. Diante disso consideramos que a preocupação humana com o alívio de suas patologias tanto físicas quanto psíquicas perpassa os séculos. Cabe ressaltar que o homem é um ser que está sempre em busca de uma terapia para si mesmo. Desse modo, no decorrer de sua história, ele retorna constantemente à antiga expressão “conhece-te a ti mesmo”.

domingo, 16 de março de 2008

ÉDIPO REI

considerações sobre a peça
A plausibilidade da peça que narrou a história de Édipo rei de Tebas, se deu principalmente pela capacidade de representação dos encenadores com destaque para Hémon, filho do rei, que tenta convencê-lo a invalidar a sentença que tinha declarado a Antígona, sua noiva. Em conotação com a mitologia grega, Édipo, na encenação,era filho de Láio. Sua mãe se chamava Jocasta. A tragédia nos mostra que quando Édipo ainda era criança, a sua mãe recebeu de um oráculo a previsão de que aquele menino seria uma ameaça à vida de seu pai Láio. Com isso, a mãe do garoto, logo trata de entregá-lo a um pastor que, por sua vez, seria incumbido da tarefa de exterminá-lo. No entanto, Édipo foi salvo por um outro pastor que lhe entregou a um casal. Tendo escapado da morte, ele consegue viver e crescer. Certo dia ele dirigia-se a Tebas quando, no caminho, encontrou com um homem em uma carruagem. Sem saber que era seu pai, briga com ele e o mata. Na continuidade de sua caminhada, já às portas de Tebas, ele encara outro grande desafio: para entrar na cidade, tem que vencer uma esfinge que persegui muito àquele lugar. Após vencê-la, Édipo entra na cidade e é proclamado rei de Tebas. Lá, casa-se com uma mulher, a esposa do rei, seu pai, que ele mesmo matou. Detalhe: ele não sabia que o homem a quem matara era seu pai, Láio; nem que a mulher, com quem casara, era a sua mãe, Jocasta. Com ela, ele teve dois filhos e duas filhas. Certo dia, seus dois filhos o expulsam da cidade e ele vai para o exílio na companhia de uma das suas filhas – Antígona – que o acompanhara até a sua morte. Esse mito constitui, de certa forma e com toda razão, o pilar central da psicanálise de Freud. É em cima dele que a obra do alemão vai ser estruturada. Também nos ajuda a entender melhor coisas referentes a afetividade humana, principalmente no que diz respeito à união entre laços parentescos, embora não indique a fonte,ou seja, de onde isso vem.

sexta-feira, 14 de março de 2008

O GLADIADOR

considerações sobre o filme “ O gladiador” é, sem dúvida nenhuma, uma das melhore e mais belas produções cinematográficas da contemporaneidade que relata de forma magnífica um pequeno fragmento da história do vasto império romano.
Durante o período em que sobreviveu o império, aproximadamente um quarto da população mundial vivia e morria sob as leis dos imperadores que passaram pelo comando do poder. Entre eles destaca-se Marco Aurélio. No tempo do governo desse imperador, Roma vivia um clima de tensão em vista dos vários confrontos a que teve com os bárbaros, que eram originários das tribos germânicas.
Um personagem relevante nesse contexto foi o general Máximo que comandava os exércitos romanos do norte. Máximo era muito querido por Marco Aurélio, de modo a Receber dele até mesmo um convite para ser seu sucessor no comando do império após a sua morte, todavia, Máximo não aceitou àquele convite que lhe fora feito. Essa atitude de Marco Aurélio deixou muito com muita ira o seu filho Cômodo, que aspirava loucamente ao poder.
Revoltado com Máximo, Comodo conspira conta ele e manda matar a sua esposa e o seu filho. Marco Aurélio não queria que Comodo governasse, pois não via nele nenhuma daquelas virtudes que o imperador deveria, de fato, ter, pelo contrário, via nele um homem ambicioso, já corrompido e sem moral. As virtudes eram: sabedoria, justiça, firmeza e temperança.
Após vencer os bárbaros e sofrer a conspiração, Máximo volta a Roma como gladiador em busca de vingança, até que, finalmente, consegue depois de vencer e matar Comodo num confronto ocorrido no coliseu de Roma.

ANTÍGONA

considerações sobre a peça
É impossível ler a história mitológica de Antígona (figura célebre da mitologia grega) instituída por Sófocles, sem que ao final se conceba a ela o mérito de ter sido – senão o maior – um dos maiores exemplos de amor fraterno, gratuidade e doação naquele contexto em que os gregos se valiam do mito para explicar os diversos fenômenos que se davam no mundo. A peça narra a história belíssima dessa corajosa jovem, Antígona, que não abandonou o pai Édipo quando esse foi expulso de Tebas Por seus dois filhos, Etéocles e Polinici. Também não hesitou em desobedecer ao decreto do rei Creonte que proibia a qualquer tebano enterrar o corpo de Polinici, um dos irmãos da jovem que morreu na batalha contra Tebas. Essa batalha foi articulada por Etéocles – também irmão de Antígona – que se uniu a Andrastos, rei de Argos. Antigona, por sua coragem desafiadora e pureza de intenção, acabou ofendo ao rei que ordenou que ela fosse enterrada viva. Cabe salientar que, se Por um lado, a ação de Antígona infringia a lei dos homens, por outro, ela honrava as leis dos deuses, pois, era essa ultima que deveria está sobreposta à primeira e não o contrário.
No episódio, por ocasião da sentença, Antígona recebe a solidariedade da sua irmã Ismênia, que se ofereceu a morrer por ela (ou junto dela). Aqui ela mostra novamente a sua retidão e sua grandeza ao recusar aquilo que seria o sacrifício da sua irmã. A tragédia contempla ainda a ação de Hémon, que era filho de Creonte. Hémon era noivo de Antígona. Ao saber da sentença da jovem, ele tenta salvá-la, para isso trava um disputado confronto verbal com o seu pai sobre esse assunto objetivando a reversão da pena. Não conseguindo livrá-la da morte, Hémon se suicida. Na seqüência, ao ser informada da sua morte, sua mãe Euridice também comete o mesmo. Antígona foi levada a uma caverna, onde ficou presa por algum tempo e depois se suicidou. Creonte passou o resto da sua vida carregando o peso da morte de Antígona, Hémon (seu filho) e Eurídice, sua esposa.

"FILÓSOFOS E TERAPEUTAS"

COMENTÁRIO No que diz respeito diz respeito às primeiras práticas de medicina e terapia por parte dos filósofos em tempos antigos, é de se notar que ainda hoje a luta deles é constantemente atualizada quando o assunto é a busca de remédio, ou cura para o corpo e a alma.
Esse assunto teve início com os gregos que, por meio do filosofar, do contemplar a natureza, buscavam atingir também um estado de paz para a alma. Para isso eles dedicavam bastante tempo para a prática de tal atividade. Ficavam várias vezes reiterando aquilo que inspiraram, pois, isso fazia a diferença a cada um. Buscavam a raiz do problema, pois, é de lá que vem a dor, o sofrimento e outras coisas que tiram a paz do espírito.
Muitos problemas existentes ainda hoje, já havia também naquela época, como por exemplo, a depressão e a angustia. Eram esses problemas que mais impedia a felicidade do homem. Foi justamente a isso que os filósofos, por meio da sabedoria, procuravam combater, com o objetivo de fazer o homem alcançar aquele estado em que a alma goza de plena paz. Desse modo, ser médico das almas, era incumbência exclusiva dos filósofos, ou seja, cuidar para que ela não ficasse doente, ou ainda, contribuir para que ficassem curadas aquelas que já estavam doentes. Eles não cuidavam somente da alma dos outros, mas da sua também e isso é que era para eles sabedoria. A sabedoria, portanto, nesse contexto faz referência a toda atividade que se pode praticar na busca pela saúde do corpo e da alma. Essas atividades dizem respeito principalmente à prática de exercícios físicos e espirituais que propiciavam uma recriação da vida cotidiana.
A metodologia usada para o alcance desse objetivo (curar as enfermidades da alma e do corpo e dar paz aos homens) era diversa. Todas vinham de filósofos, como também de cristãos e judeus. Os pitagóricos, por exemplo, praticavam radicalmente a abstinência de comidas e bebidas, uma prática que para eles servia para medir a temperança do indivíduo. Para eles a matemática era útil à libertação da alma à medida que o pensamento era concebido como abstração. Era como se ele fosse uma espécie de terapia.
Outro método utilizado vinha dos cínicos, com destaque para Antístenes e Diógenes. Esse método consistia em viver a vida fazendo o que fosse possível na hora em que se quisesse independentemente do lugar aonde se viesse a está. Deve se está isento de preocupações com o futuro para poder fornecer paz tanto a alma, quanto ao corpo.
Hipócrates e Epicurio são outros dois grandes nomes desse período, em que se buscava resolver os problemas da alma e do corpo por meio da medicina (cujo pai é o próprio Hipócrates) e da terapia.

ODISSÉIA

considerações sobre a peça O filme Odisséia, do ponto de vista da história, possui certa conotação com o filme Tróia. Odisséia, assim como Tróia, é um acontecimento narrado por Homero na Ilíada nos quatrocentos anos que compuseram o período homérico.
O objetivo do filme é mostrar a história de Odisseu, rei de Itaca, que partiu em guerra para Tróia, com a missão de derrotar os troianos. Essa luta se sucedeu por muito tempo. No sétimo ano de batalha, Aquiles, o melhor dos guerreiros gregos foi morto. Tróia tirou, então, o melhor dos combatentes gregos.
Foi de Odisseu que veio a idéia de construir o famoso cavalo de tróia, um gigantesco cavalo de madeira que levava dentro de si vários guerreiros gregos, que, finalmente conseguiram entrar em Tróia e destruí-la quando todos estavam dormindo, depois de muita bebedeira em comemoração àquele falso presente dado aos troianos pelos gregos. Com essa atitude astuciosa, Odisseu conquistou Tróia.
Após a vitória, Odisseu desafiou os deuses dizendo que não precisava mais deles. Isso fez surgir a fúria de Poceidon – deus do mar – que, como castigo a Odisseu, prometeu que ele iria sofrer muito. Quando partiu com seus guerreiros (que o chamavam de mestre) de volta para Itaca, a grande aventura de sua vida começa, de modo que quanto mais ele avançava, mais ele ia conhecendo o perigo e o risco de perder até mesmo a própria vida. No seu trajeto, Odisseu passou por várias ilhas, onde teve contato com várias deusas, inclusive relação com elas. Na primeira ilha, a deusa transforma os guerreiros de Odisseu em animas. Para fazê-los voltar ao mundo real, é necessário que ele se deite com ela. Enquanto permanece no castelo dela, ele não percebe que se passam cinco anos, e quando volta, já não encontra mais alguns de seus guerreiros. Só restam aqueles que foram libertados da magia da deusa. Em outra ilha, ele encontra a deusa calypso. Ali já está sozinho e, saindo de lá, vivendo outras aventuras, consegue, finalmente, retornar a Itaca, onde reencontra a sua família.
O filme, além da história de Odisseu, quer mostrar também como se dá a relação do homem com os deuses e como esses castigam àqueles, dado uma desobediência. Moral da história: o homem, naquela época, sem os deuses não era nada.

O NASCIMENTO DA FILOSOFIA

RESENHA A filosofia, como já é sabido, nasce na Grécia arcaica. Ela é, portanto, uma invenção dos gregos e resulta da superioridade deles em relação aos outros povos no que diz respeito ao uso da razão.
Ao se considerar a genialidade dos gregos, deve-se também levar em consideração outras condições relevantes, como por exemplo, as condições sócio-culturais, que tornaram possível o aparecimento da filosofia na Grécia. Inicialmente, a Grécia (que aqui convém chamar de Grécia pré-filosófica, isto é, antes da filosofia) caracterizava principalmente por ser uma sociedade aristocrática, agrícola e guerreira, cuja estrutura social era de uma coletividade dividida em duas classes: a nobreza e o povo. A primeira, que vivia despreocupada em tempo de paz, era a responsável pela condução do povo em tempo de guerra. A segunda dedicava-se exclusivamente à cultura e a criação de gado. Foi nessa sociedade, com essas características e estruturas, como já vimos, que surgiu a filosofia aproximadamente 2.550 anos atrás. Do ponto de vista da história, atribui-se a Tales de Mileto o privilégio de ter sido o primeiro filósofo da história, embora, não se conceba a ele a honra de ter sido o inventor do termo filosofia. Isso seria privilégio de Pitágoras que, em termos de cronologia, é posterior a Tales. Inicialmente, o problema da filosofia girava em torno da natureza. Daí a razão pela quais os primeiros filósofos “brigaram” acirradamente para estabelecer um principio único que fosse a origem, ou a casa de tudo. Cabe ressaltar que a maior disputa acontecida entre os primeiros filósofos se deu entre Heráclito e Parmênides. O primeiro defendia o devir, ou seja, a idéia de que tudo o que existe está em constante movimento. Já o segundo dizia que não existe movimento, porque o ser é uno e, portanto, não podendo ser dividido, fica impossibilitado de movimentar-se.
Para compreendermos melhor esse momento da filosofia em seu surgimento, é preciso notar que a própria filosofia antiga (grega) distingue-se em três grandes períodos: o primeiro deles se denomina pré-socrático, ou cosmológico que se inicia com Tales e termina com Sócrates. Esse período se chama pré-socrático não só por ter precedido Sócrates, mas também pelo fato de que nele veio a tona problemas que Sócrates não deu muita importância; O segundo período que denomina-se socrático é também chamado de antropológico. Nesse, que começa com Sócrates e termina com Aristóteles, as questões referentes à natureza "ficam de lado" para dar, assim, espaço aos problemas referentes ao homem e à moral e; por fim, o terceiro período chamado helenistico-romano, ou moral, que se inicial com as grandes correntes filosóficas tais como epicurismo, estoicismo, ceticismo, e neoplatonismo, e termina com o fim do império romano do ocidente.
De acordo com Aristóteles, a filosofia nasce da admiração da maravilha. Ela nasce quando contemplamos a totalidade de alguma coisa referente aos conceitos de homem, mundo e Deus. Vale lembrar que a filosofia mediante a utilização do método da justificação racional lógica, deseja oferecer uma explicação racional de tudo o que ela estuda. Na busca por tal êxito, ela se vale exclusivamente da razão, que é o seu instrumento primordial.
No que tange à mitologia, cabe ainda salientar que essa está na raiz da filosofia em se tratando dá sua gênesis, pois foi através de narrativas mitológicas que, inicialmente, os filósofos buscaram explicar os fenômenos que se sucediam no cosmo. Na cultura grega, os mitos classificavam-se em dois grupos: teogonia (que narrava o narrava o nascimento dos deuses) e; cosmogonia (que explicava de forma fantástica a origem do universo e dos fenômenos cósmico). Em síntese, o berço da filosofia grega foi a Jônia, localizada nas costas da Ásia menor (hoje, Turquia) com destaque às colônias de Mileto, Éfeso, Clazômena, Colofônia e Samos.

TRÓIA

cosiderações sobre o filme Entender a guerra de tróia requer, sobretudo, o entendimento de um dos quatro grandes períodos da história da sociedade grega. Trata-se do período homérico, muito famoso, que foi de, aproximadamente, 1200 a.C. a 800 a.C. quando alguns povos conquistaram e dominaram outros. Entre os conquistadores, destacam-se os gregos aqueus, que foram vitoriosos no confronto com os, até então, “invencíveis” troianos.
Os aqueus, inicialmente, eram bandos guerreiros que, ao se estabelecerem na Grécia, evoluíram e desenvolveram uma civilização. Naquele período da Grécia, cabe ressaltar, as principais cidades gregas estavam situadas nas ilhas do mar Egeu. Essas cidades eram, portanto, o centro em torno do qual girava muitas disputas e interesses. Foi exatamente para lá que os aqueus desenvolveram sua expansão militar em busca de novas terras. Esse desejo de conquista, dos aqueus, foi o elemento fundamental que gerou a guerra de Tróia. Essa guerra reflete os conflitos reais que aconteceram entre os gregos e outros povos por volta do final do segundo milênio antes de Cristo.
Essa guerra foi um acontecimento marcante que reuniu praticamente todos os reis e exércitos da Grécia. O primeiro lugar de batalha foi a Tessália. Ao morrer, costumava-se colocar por sobre os olhos do cadáver uma moeda que simbolizava a riqueza e a paz que a alma teria ao se encontrar com os deuses.
A grande ideologia do filme é a de que a guerra teria se constituído em vista do roubo de Helena, por um guerreiro troiano. A guerra em si não foi causa de Helena, mas sim de outros interesses, como a própria Tróia, como proclamou um guerreiro grego.
Com a guerra, os troianos queriam honrar os deuses e defender a polis. Depois de uma longa batalha, a guerra terminou com a vitória dos gregos.

quarta-feira, 12 de março de 2008

"a juventude envelhe a imaturidade é superdada a ignorância pode ser educada a embriaguez passa mas a estupidez dura para sempre" (ARISTÓFANES).