sábado, 26 de abril de 2008

CONSIDERAÇÕES SOBRE O FILME O PORTEIRO DA NOITE Em grego Eros remete à noção de vida, enquanto que Thánatos à noção de morte. Dois campos opostos em choque constante. O primeiro luta pela sua continuidade, pelo seu ser, enquanto que o segundo, pelo seu vir-a-ser. Não obstante a isso, o filme “O porteiro da noite” mostra de forma clara e distinta a possibilidade de como e a partir de que se pode perceber a existência de certa harmonia entre esses contrários (vida e morte). O filme faz aparecer uma realidade (quase que inexistente) que se articula por cima da distorção dos fatos, de onde os mesmos passam a ser vistos a partir de outra ótica, (totalmente diferente daquela com a qual eram observados antes) o que altera os seus sentidos e significados. “O porteiro da noite” traz à tona a história de uma judia e um nazista no contexto da segunda guerra mundial, onde ela foi torturada por ele num campo de concentração. Tendo passado 13 anos após o término da guerra, eles se encontram novamente e – relembrando “simultaneamente” o vivido num passado, nem tanto distante – passam a viver uma intensa paixão recheada de muito erotismo. É quase inacreditável ver essa relação amorosa entre o nazista e a judia, principalmente para quem conhece bem a história entre esses dois contrates. O porteiro da noite é um convite para revermos nossas atitudes e aspirações. Faz-nos perceber também o complexo sobre o qual se tece os propósitos e ideais de cada individuo, principalmente quando o assunto se trata de relações humanas. A grandeza do filme reside, portanto, no ato dele mostrar que – entre o pequeno e grande; o fraco e o forte; o contexto e fato; o oprimido e o opressor; o torturado e o torturador, enfim, entre o judeu e o nazista – há uma possibilidade de harmonia, onde tudo possa ser diferente, desde que se lute por isso. Convém aqui ressaltar que uma coisa é o filme, outra coisa é a realidade. Mesmo que o primeiro se teça por sobre aquilo que no segundo é dado, ele não traz em si a noção de real, mas sim a noção de possibilidade. O real é aquilo que já está dado; a possibilidade é aquilo que pode ser mais ainda não é. A harmonia que (no filme) reina entre os opostos, no real se traduz em utopia. E é o desejo de “tudo” ser diferente a partir dessa realidade utópica que instiga à descontinuidade e a ruptura daquilo que já é dado, para que, somente assim, se possa ter algo novo em se tratando de paz entre os humanos. É justamente essa a proposta do filme.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Considerações sobre o filme "A VIDA DE DAVID GALE"

Vivendo num mundo completamente marcado pelo antagonismo de idéias onde prevalece sempre a do mais forte em detrimento da do mais fraco; Vivendo numa sociedade de caráter pluralista, carente de singularidade (como é o caso da de nossos dias) David Gale é – no filme – mais uma vítima de um delinqüente e psicótico sistema político muitas vezes cego à verdade, todavia, atento à aquilo que é ilusório e, desse modo, apto à disseminação da ideologia por quase todos os campos da vida social. O objeto de analise do filme é a questão referente à pena de morte, nos Estados Unidos da América e, de modo mais restrito, a sua aplicação no Estado do Texas onde as execuções são mais constante que nos demais. Tratando especificamente desse tema polêmico, o filme assume como característica relevante a tentativa de mostrar como a pena de morte pode, não somente, não resolver o problema da violência e da criminalidade, como também contribui para que a justiça seja falha, incorrigível, deficiente e cega mais do que já é. Isso se dá à medida que a pena de morte impede a justiça de si corrigir, pois morto não fala e a vida longe de ser já não é mais. O filme quer mostrar a falibilidade da pena de morte, ao mesmo tempo em que aponta para essa forma de combate como própria de paises falidos e ineficientes (em se tratando de justiça) que, mergulhados num profundo abismo de incoerência, irresponsabilidade e corrupção, agem de tal, forma a tirar a vida de seus cidadãos a preservá-la. Como dizia o conde Carlos Sforza, há dois tipos de combate: um pela força e outro pela inteligência. O segundo é próprio dos homens, o primeiro, dos animais. Infelizmente nos Estados que tem a pena de morte, como também em outros que não tem, o primeiro caracteriza-se pelo excesso, ao passo que o segundo, pela escassez.

La vida de David Gale - Clase de filosofia

CONSIDERAÇÕES SOBRE O FILME FILHOS DA ESPERANÇA

Instigando à reflexão sobre a situação atual em que se encontra a humanidade, o filme aponta para a necessidade de uma mudança imediata no que diz respeito a atitude do homem. O problema da infertilidade (em se tratando da esterilidade da mulher – mulher no sentido geral do termo) é simbólico e significa a possibilidade de um estágio no qual a humanidade entraria em extinção. Esse itinerário para o fim seria, portanto, causa de uma estabilidade dos regimes políticos, todavia, negativa. Pois, dada a decadência desses sistemas, da-se também a sua incapacidade de agir benignamente em beneficio da humanidade objetivando a sua continuidade. Esperança, nesse contexto, é sinônimo de motivação, por onde a mudança deve ter o seu inicio. Ter esperança, no que a isso diz respeito, é acreditar na possibilidade de um futuro melhor, desde que algo diferente e bom ao homem passe a existir. O filme é, portanto, uma crítica a toda a ação política que não esteja preocupada com a constância da vida humana.

NATUREZA HUMANA E OS FINS DOS DEVERES EM KANT

PROJETO DE FILME COM ENFOQUE FILOSÓFICO

-TEMA: FILOSOFIA DA MULHER -AUTORES DE REFERÊNCIA: 1. Hannah Arendt – Política 2. Edith Stein – Fenomenologia existencial 3. Sigmund Freud – Ética: valores existenciais 4. Michel Foucault – Cuidado de si -CAPÍTULOS TEMÁTICOS: · Mulher e política · Mulher e existência · Mulher e ética · Mulher e cuidado de si -OBJETIVO GERAL: Ø Pensar a mulher, seus problemas e conquistas a partir de algumas perspectivas filosóficas. -OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Falar da mulher e sua ligação com temas práticos de sua vida: existência, política, ética, cuidado de si; Demonstrar que à mulher pertence sua própria vida, bem como o modo de ela se relacionar como a sociedade, como o próximo e consigo mesmo. -CRONOGRAMA: § Até 21/Abril: pesquisa dos temas e autores-fazer roteiro para as entrevistas... § Até 28/Abril: entrevistas prontas-músicas coletadas;início das gravações... -DATA ENTREGA: 31/MAIO/2008 -APRESENTAÇÃO: JUNHO -SUGESTÕES DE FILMES: SARAFINA, COR PÚRPURA... -TEMA: FILOSOFIA DA MULHER -AUTORES DE REFERÊNCIA: 1. Hannah Arendt – Política 2. Edith Stein – Fenomenologia existencial 3. Sigmund Freud – Ética: valores existenciais 4. Michel Foucault – Cuidado de si -CAPÍTULOS TEMÁTICOS: · Mulher e política · Mulher e existência · Mulher e ética · Mulher e cuidado de si -OBJETIVO GERAL: Ø Pensar a mulher, seus problemas e conquistas a partir de algumas perspectivas filosóficas. -OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Falar da mulher e sua ligação com temas práticos de sua vida: existência, política, ética, cuidado de si; Demonstrar que à mulher pertence sua própria vida, bem como o modo de ela se relacionar como a sociedade, como o próximo e consigo mesmo. -CRONOGRAMA: § Até 21/Abril: pesquisa dos temas e autores-fazer roteiro para as entrevistas... § Até 28/Abril: entrevistas prontas-músicas coletadas;início das gravações... -DATA ENTREGA: 31/MAIO/2008 -APRESENTAÇÃO: JUNHO -SUGESTÕES DE FILMES: SARAFINA, COR PÚRPURA...

considerações sobre a palestra "psicanálise como experiência ética" e; caderno de atividades

Vídeo 3: Caderno de Atividades 1. Resumo do conteúdo Neste vídeo é abordada a seguinte temática: “A Psicanálise como Experiência Ética”, trabalhada em uma palestra proferida pelo professor e pesquisador da PUCPR Daniel Omar Perez. Ele, sendo psicanalista e filósofo, está desenvolvendo pesquisas na área da Psicanálise e a possível relação desta com a Filosofia, no intuito de apresentar a Psicanálise não como uma ciência, teoria explicativa ou qualquer coisa do gênero, mas simplesmente como uma experiência estritamente ética. 2. Glossário: 2.1 Freud: Sigmund Freud, médico austríaco, fundador da Psicanálise, nascido em Pribor (antiga República Tcheca) a 06 de maio de 1856 e falecido em Londres no dia 23 de Setembro de 1939. 2.2 Lakan: Jacques-Marie Émile Lacan, psicanalista francês, nasceu em Paris a 13 de abril de 1901, faleceu na mesma cidade em 9 de setembro de 1981. Percebendo que os freudianos haviam desviado-se do sentido das obras do fundador da Psicanálise, propõe então um retorno a Freud. É esse autor que o professor Daniel (de quem é tratado no vídeo) utiliza em suas pesquisas. 2.3 Psicanálise: É a ciência do inconsciente. Ela busca a cura da pessoa através da análise de coisas que ficam retidas no inconsciente, ou seja, no campo que é como que imperceptível a olho nu, externa e conscientemente. No dizer do próprio Freud “é a profissão de pessoas que curam almas, que não necessitam ser médicos e que não devem ser sacerdotes”(). 2.4 Coisa: conceito cunhado por Lacan, é algo que a humanidade perdera desde sempre, continua a procurá-la, mas parece que não deverá encontrá-la senão com a morte. 2.5 Desejo: é aquilo que fundamenta toda a possibilidade de se pensar a Psicanálise como uma experiência ética. Equivale, portanto, ao desejo do paciente de curar-se. Não é o psicanalista que induzirá o paciente à cura, mas é o próprio paciente que se reconhecerá necessitado da mesma. 2.6 Ética: Segundo o Dicionário Aurélio, ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja em relação à determinada sociedade, seja de modo absoluto. Aqui, esse termo vai significar a relação possível entre o psicanalista e o paciente, em se tratando da questão da cura do mesmo paciente. 3. Exercícios: 3.1 Descreva a partir do filme acima como se pode como se pode compreender a psicanálise como uma experiência ética. 3.2 Qual o papel do psicanalista em relação ao paciente? 3.3 Na abordagem da psicanálise como experiência ética, qual sentido o termo “ética” ocupa nesse contexto? 3.4 Apresentamos como sugestão para compreendermos ainda mais o tema tratado no vídeo acima, recomendamos que se veja os filmes produzidos pelos demais grupos, cujos blog estão em: http://www.diretoriocentralfilosofia.blogspot.com.br

Psicanálise como experiência ética

terça-feira, 15 de abril de 2008

FILOSOFIA COMO CORAGEM DA VERDADE Este vídeo da kosmos produções que aborda como tema “Filosofia como coragem com a verdade” quer apresentar de forma sucinta algumas considerações sobre a importância da ação que visa à saúde e a paz integral do ser humano em todas as suas dimensões. No entanto, convém ressaltar que isso só é possível dada certa disponibilidade da pessoa a um eventual cuidado dela para consigo mesma, como também para com os outros. Em se tratando do modo pelo qual se deu as primeiras práticas terapêuticas e medicinais em tempos antigos é de se notar que, a princípio, o exercício dessas funções era de incumbência total dos filósofos. Dentre esses pensadores, podem-se destacar Hipócrates (considerado o pai da medicina), os cínicos com ênfase em Diógenes e Antístenes (iniciadores do cinismo), além dos pitagóricos, que praticavam radicalmente a abstinência de comidas e bebidas, uma prática que lhes servia para medir o temperamento do individuo. Para os pitagóricos, o pensamento era concebido como abstração o que era útil a libertação da alma à medida que constituía uma espécie de terapia. Cabe ressaltar que a preocupação com o cuidado de si, não se limitou somente aos filósofos dos tempos antigos, mas se estendeu pela história chegando até aos de nossos dias (contemporâneo), como por exemplo, o francês Michel Foucault. O objetivo do cuidado de si era o alcance daquele estado em que tanto o corpo quanto a alma gozam de plena paz, ao que se convém chamar de ataraxia.

domingo, 6 de abril de 2008

Religião

considerações sobre religião em Kant Religare é um verbo de origem latina que significa ligar novamente. Tal é a etimologia do termo religião. Essa explicação encontra-se na literatura clássica e foi adotada pela patrística cristã (s. Agostinho) e pelos doutores da igreja da idade média (santo Tomás). Segundo essa explicação, religião quer dizer “prender o individuo a determinada fé e moral “ (Waldomiro O. Piazza. “Introdução à fenomenologia religiosa”). Em Kant, religião e moral não estão distante uma da outra, pelo contrário, estão bem próximas. No entanto, um ato falho do ser humano pode acaba por intentar a obstrução de tal proximidade. No decorrer de muitos séculos da história da humanidade no que diz respeito à nossa era, é possível notar como a religião e o próprio nome de Deus, além de muitos conceitos bíblicos foram muitas vezes usados por diversos seguimentos religiosos como justificativa para atos imorais. Do ponto de vista da subjetividade, Kant define a religião como sendo o conhecimento de todos os nossos deveres como mandamentos divinos (George pascal. “O pensamento de Kant”). Não se trata, portanto de conceber Deus como o escopo e o fundamento do dever, mas tão somente de reconhecer a necessidade que o produto do dever, ou seja, o efeito dele tem da ação de Deus para a sua realidade efetiva. Cabe lembrar que o dever só é mandamento de Deus, dada sua projeção ao bem supremo. Sendo Deus esse próprio bem, logo o dever se trata de uma articulação pela qual o homem se liga a Ele. É necessário lembrar que o dever pressupõe obediência, de modo que somente aquele que é obediente, é capaz de cumpri-lo efetivamente. O que fundamenta a moral é a prática da lei. Essa ultima, não está preocupada com a legalidade dos atos dos indivíduos, mas, antes, com a moralidade dos mesmos (os atos), pois, para a efetividade na execução das leis, basta que esses sejam morais. Em Kant, a única coisa que pode suspender a lei moral é a fé, aja vista que ela conduz a Deus que é – como já é sabido – o soberano bem.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

"A ULTIMA TENTAÇÃO DE CRISTO"

considerações “A ultima tentação de cristo” é, sem dúvida, um dos filmes que mais causou controvérsias ao discurso da igreja ao longo de sua história milenar, sobre aquilo que seria os verdadeiros hábitos, modo de ser e identidade de cristo, o filho de Deus que desceu do céu para salvar a humanidade, conforme ela mesma (a igreja) prega e nós – por um ato de fé – acreditamos. O filme traz a tona algumas reflexões sobre as possibilidades das ações de cristo terem sido (em parte) determinadas pelas paixões. Portanto, trata-se de mostrar – no que a essa produção cinematográfica diz respeito – um cristo totalmente homem, que teria agido e se comportado como qualquer outro, logo, destituído de qualquer virtude divina. Por isso, não se descarta a possibilidade de (de acordo com o filme) Jesus ter tido relacionamento com mulheres. A ultima tentação de cristo (não se tratando do título do filme) seria, no entanto, a dele – reconhecendo-se plenamente humano, e, como tal, limitado – ousar abandonar toda a sua missão que seria a de morrer pelos homens para salvá-los de sues pecados. O filme chama a atenção para (no subentendido) a impossibilidade de Jesus suportar e carregar sobre si o “peso” da humanidade, uma vez concebido como homem e, portanto, marcado pela limitação. Ora, sendo essa a proposta do filme, fica óbvio que ele jamais seria aceito pela igreja, não sendo à toa na sua proibição pela mesma. E isso não somente pelo fato dele significar uma contradição à doutrina da igreja, mas também pelo fato de que coloca em estado de dúvida e, desse modo, em perigo toda a fé dos cristãos, pois, traz implícita a necessidade de repensar toda a vida de cristo, de onde provem o “credo” religioso.

terça-feira, 1 de abril de 2008

CRÍTICA DA RAZÃO PURA considerações
Na crítica da razão pura, Kant mostra que o seu grande problema está voltado à questão do conhecimento, como ele se constitui e a partir de que. Essa obra (CRP) está estruturada da seguinte forma: divide-se em duas partes; a primeira intitula-se analítica transcendental, onde o autor responde à questão como são possíveis juízos sintéticos a priori na matemática. Na segunda, intitulada “dialética transcendental” ele responde à questão como são possíveis juízos sintéticos a priori na física. Essa segunda subdivide-se em outras duas. Em uma dessas subdivisões Kant, aprofundando a sua investigação sobre o conhecimento conclui pela impossibilidade de haver na metafísica juízos sintéticos a priori. Para fins de uma compreensão mais aperfeiçoada, convém, aqui, definir o que são juízos sintéticos: são aqueles em que o predicado acrescenta alguma coisa ao conceito do sujeito. Em Kant, os problemas da metafísica, são necessariamente problemas da razão. Esses problemas são, por exemplo, o mundo, Deus, a alma, etc. No real não existe nenhum objetos que corresponde a esses conceitos. Sendo assim, esses conceitos estão impossibilitados de uma experiência científica, e é justamente isso que faz com que inexistam juízos sintéticos a priori na metafísica, pois esses conceitos não têm como acrescentar algo no conhecimento do sujeito, uma vez que não possuem objetos. Ainda na CRP, em se tratando da lei moral, pautada no imperativo categórico, vemos que é ela que determina a vontade livre do sujeito. Agir virtuosamente, para Kant, é agir de acordo com o esse imperativo. Sendo assim, tal deve ser a nossa ação, uma vez que somos seres racionais e, portanto, jamais devemos agir pelas paixões. Em relação ao fenômeno e númeno, vemos a distinção que há entre ambos: o primeiro diz respeito àquilo que aparece, onde no ato de aparecer pode ser captados pelos sentidos, dando origem ao conhecimento a partir de bases empíricas. O segundo diz respeito àquilo que não podemos conhecer, visto que possuímos apenas intuições sensíveis. Mas o númeno não deixa que nos contentemos apenas com a experiência. Desse modo, ele só pode ser capitado a partir de um esforço da razão. Se o fenômeno é aquilo que aparece e se dá aos nossos sentidos, o númeno é aquilo que transcende tudo isso e se estende para além daquilo que aparece. Além da tentativa de resolução do impasse que há entre empirismo e racionalismo, Kant quer também traçar, na CRP os limites do conhecimento.