sexta-feira, 18 de abril de 2008

Considerações sobre o filme "A VIDA DE DAVID GALE"

Vivendo num mundo completamente marcado pelo antagonismo de idéias onde prevalece sempre a do mais forte em detrimento da do mais fraco; Vivendo numa sociedade de caráter pluralista, carente de singularidade (como é o caso da de nossos dias) David Gale é – no filme – mais uma vítima de um delinqüente e psicótico sistema político muitas vezes cego à verdade, todavia, atento à aquilo que é ilusório e, desse modo, apto à disseminação da ideologia por quase todos os campos da vida social. O objeto de analise do filme é a questão referente à pena de morte, nos Estados Unidos da América e, de modo mais restrito, a sua aplicação no Estado do Texas onde as execuções são mais constante que nos demais. Tratando especificamente desse tema polêmico, o filme assume como característica relevante a tentativa de mostrar como a pena de morte pode, não somente, não resolver o problema da violência e da criminalidade, como também contribui para que a justiça seja falha, incorrigível, deficiente e cega mais do que já é. Isso se dá à medida que a pena de morte impede a justiça de si corrigir, pois morto não fala e a vida longe de ser já não é mais. O filme quer mostrar a falibilidade da pena de morte, ao mesmo tempo em que aponta para essa forma de combate como própria de paises falidos e ineficientes (em se tratando de justiça) que, mergulhados num profundo abismo de incoerência, irresponsabilidade e corrupção, agem de tal, forma a tirar a vida de seus cidadãos a preservá-la. Como dizia o conde Carlos Sforza, há dois tipos de combate: um pela força e outro pela inteligência. O segundo é próprio dos homens, o primeiro, dos animais. Infelizmente nos Estados que tem a pena de morte, como também em outros que não tem, o primeiro caracteriza-se pelo excesso, ao passo que o segundo, pela escassez.

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